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Pedro Henrique (tudoecritica@gmail.com) é gaúcho e cinéfilo. Escreve sobre cinema há dois anos e desde então publica seus textos em seu blog, o Tudo é Crítica (www.tudoecritica.blogspot.com). Além disso, faz parte da equipe de colunistas do site Cinefilia (www.cinefilia.net), onde fala sobre clássicos do cinema e as novidades cinematográficas.

A partir dessa semana, estarei postando uma coluna neste WeBlog, todas as sextas-feiras!

A intenção é propor reflexões acerca das temáticas de alguns filmes, fazendo analogias com as rotinas das organizações.

Fica aqui meu convite para uma sessão de cinema em casa!

Um abraço!

Sociedade dos Poetas Mortos

Quando um filme exerce algum tipo impacto sobre o comportamento de alguém, este filme deixa de ser uma mera peça de entretenimento para se tornar parte do imaginário coletivo, e é justamente este o caso de Sociedades dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, EUA, 1989), um completo retrato subversivo que valoriza a liberdade individual e a importância de desenvolver as próprias idéias, sempre respeitando o próximo. A rigor, estamos diante de uma história que fala de liberdade e autonomia de pensamento, mas que, suave e indiscretamente, também aborda o tema da liderança.

O filme se passa em 1959, quando John Keating (Williams) volta ao tradicionalíssimo internato Welton Academy, onde foi um aluno brilhante, para ser o novo professor de Inglês. No ambiente soturno da respeitada escola, Keating torna-se uma figura polêmica e mal vista, pois acende nos alunos a paixão pela poesia e pela arte e a rebeldia contra as convenções sociais. Os estudantes, empolgados, ressuscitam a Sociedade dos Poetas Mortos, fundada por Keating em seu tempo de colegial e dedicada ao culto da poesia, do mistério e da amizade. A tensão entre disciplina e liberdade vai aumentando, os pais dos alunos são contra os novos ideais que seus filhos descobriram, e o conflito leva à tragédia.

Via de regra, Keating coordena sua turma de alunos com métodos pouco convencionais, mas que ao longo da narrativa tornam-se eficazes. Na verdade, Keating vai, aos poucos, exercendo grande influência na vida de seus alunos e, com isso, ganha a confiança dos mesmos. Em determinado ponto do filme, temos um líder (na acepção literal da palavra) que não só auxilia a vida estudantil dos alunos, como também os aconselha em suas particularidades. Aos poucos o filme mostra que a função do professor ali não é ser um arrogante superior ou um mandatário de tarefas rotineiras, mas ele está ali também para guiar seus alunos para a direção correta e ensiná-los a valorizar seus próprios conhecimentos, que muitas vezes não vem à tona pelo conservadorismo e medo de errar.

Lentamente o diretor Peter Weir traça o perfil de um líder nato, pincelando e desnudando cada nuance característico de um verdadeiro líder. A luz da lógica, o professor não somente ordena, mas principalmente coordena seus alunos não apenas para ensiná-los a trabalhar e estudar, não é esta a função dele. O professor ajuda seus alunos a pensar e a desenvolver autonomia para a vida. Lição esta que ficará com eles para sempre.